matéria originalmente no site http://www.tembiu.pro.br/oktiva.net/1209/nota/159732
Espetáculo COMPARTIR traz Marina Carleial para a temporada de Julho do projeto Quinta com Dança no Teatro Dragão do Mar
O espetáculo teve sua pesquisa iniciada no México e agora estreia dia primeiro de julho, no teatro do Dragão do Mar. Experiência em dança contemporânea que prima pela especialidade da simplicidade, na contracorrente do experimentalismo da dança no Ceará. Vale ver! Às quintas de Julho, 20h.
Marina Carleial em sua simples experimentação vibrante
Encontros. Identidades. Presenças. Memórias. Caminhos. Reflexões. Essas são palavras que aparecem na essência do trabalho de
Marina Carleial em sua nova produção:
Compartir. Com a estrutura de espetáculo de dança,
Compartir traz as possibilidades corporais de contar sua história de ir e vir, de sair e voltar.
Sabendo que a dança não é mestre na linearidade nem na obviedade cênica, Marina, a partir da subjetividade, constrói imagens de maneira que se forma um quadro abstrato de sensações corporais.
Esse projeto foi iniciado na Cidade do México em 2007, quando, depois de sair do Brasil, Marina passou a experimentar a dança e sentir seu corpo fora de casa, conhecendo a necessidade de realizar um trabalho que fosse aglutinador destas sensações. Um trabalho que capturasse parte da essência daquele momento.
Assim, apresentou ainda na Cidade do México um
work in progress de
Compartir. Seguiu viagem e após regressar ao Brasil teve a certeza de que era o momento de formalizar esse processo. Surge então Compartir em seu formato atual: um solo de dança contemporânea de 30 minutos, com estreia marcada para 01 de julho de 2010, no Teatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Neste trabalho, as formas partem da vivência em dança contemporânea de Marina Carleial, que, segundo a autora, “trata-se de um estilo de vida, uma forma particular de ver a vida pela angularidade da dança, do movimento e da arte”.
No que diz respeito às essências,
Compartir é uma dança sem virtuosismo, sem excesso de passos, é tudo compactado, suave, sinuoso. Aqui são apuradas as características próprias do movimento pessoal da bailarina. Aquilo que permanece... que (re)existe... que identifica.
O trabalho de direção e a performance são assinados por Marina Carleial, assim como figurino. Ela trabalhou outras vezes como bailarina, coreógrafa e figurinista, mas
Compartir é seu primeiro exercício de criação com essa amplitude e definições conceituais.
Aqui a autora propõe também um encontro dentre a própria equipe de trabalho. São pessoas que vêm com muita vontade de contribuir e valorizar a ideia do
Compartir. Ela diz: “Tive a sorte de encontrar uma equipe maravilhosa que me ajuda e dá consistência ao trabalho. É a primeira vez que tenho uma equipe completa”.
É o momento de música ao vivo com a
DJ Inge Pessoa e o instrumentista
Rodrigo de Oliveira. Existe uma preparação teatral com
Catharina De Papas, além da refinada iluminação de
Walter Façanha e a produção eficiente de
Tiago Bejart.
As imagens ficam por conta do fotógrafo
Tiago Lopes, vídeos de
Rafael Escócio, edições de
André Leite. O projeto gráfico que une tudo isso é da Casa 202, realizado por
Fernanda Porto e
Felipe Acácio. Além disso, ela conta sempre com os amigos da dança que colaboram de maneira decisiva para a qualidade do espetáculo.
Marina Iniciou seus estudos de dança em Fortaleza no ano de 1989, seguindo uma formação tradicional em Balé clássico. Depois, cursou o Colégio de Dança do Ceará, seguindo para formações alternativas em aulas, cursos e workshops. Sua Dança teve suas bases construídas dentro do espaço fortalezenses. Espaço esse formado pela arte e pela atuação política constante, em fóruns e associações. Sendo assim, ela identifica pontos fortes que a integram no cenário de dança do Ceará. Existe, mesmo depois de suas andanças, um permanente desejo de fazer dança e fazer arte aqui. “Nosso corpo carrega o mundo”. Essa frase de Anne Theresse, conceituada coreógrafa, está na cabeça e no corpo de Marina Carleial quando dança
Compartir.
Compartir, espetáculo de Marina Carleial
dias 01, 08, 15 e 22 de julho (qui), às 20h
no Teatro Dragão do Mar (Praia de Iracema, Fortaleza/CE)
entrada: r$1 e r$2
infos: Tiago Bejart (produção): (85)8868-2868 e 8807-5013 / tiagobejart@yahoo.com.br ou Rodrigo de Oliveira (comunicação): (85)9621-9700 e 3214-5514 tembiu@gmail.com /
tembiu.pro.br
Projeto aprovado no V Edital de Incentivo às Artes no Ceará, da Secretaria de Cultura do Ceará.
Imaginem 20 mil pessoas destituídas de sua dignidade, de sua condição de humanos. 20 mil argelinos sem armas sendo torturados, xingados, e alguns mortos. 20 mil mulçumanos considerados vermes, pátridas, inimigos sanguinolentos. Sem armas. Nada além da voz e de seus punhos contra tiros e cassetetes. Não, não estou falando de nenhuma guerra étnica na África. Falo de Paris. A alguns dias do tratado de paz com a Argélia sobre o Saara e sua independência. Ia ser o fim da guerra mas o tratado ainda se arrastou até o ano seguinte.
